Resumo: Como mudar um sistema onde o fracasso escolar foi atribuído majoritariamente aos próprios alunos? Este é o equivoco quanto ao sistema vigente da educação nacional. Analisamos os altos índices de evasão de alunos e de repetência que ainda atingem a escola pública, sabemos que será imperativo de se empregar maiores esforços e recursos para possibilitar não só o acesso, mas a permanência dos alunos no ambiente escolar. A expressão “fracasso” escolar sintetiza toda a insatisfação e insucesso decorrente de atitudes docentes e discentes vivenciadas no dia a dia da sala de aula.

A primeira etapa do trabalho consistiu na confecção dos questionários para os diferentes agentes escolares: alunos, professores e pais de alunos. Foram formados três questionários diferentes (um para cada agente), mas com algumas questões iguais, para sabermos qual a percepção de cada agente sobre a mesma questão. Posteriormente, os questionários foram distribuídos aos agentes e as respostas, recolhidas para a sistematização dos resultados.

Os resultados nos mostram que, sem se dar conta, o aluno se culpa por não ter professores preparados e por não ter um capital cultural essencial para conseguir o aprendizado dos conteúdos, muitas vezes distantes do seu cotidiano.

Os professores podem e devem ensinar aos alunos a pensar, a questionar e a aprender a ler a nossa realidade, para que possam edificar opiniões próprias. Para que isto ocorra o professor deve, em primeiro lugar, gostar e crer naquilo que faz, ou seja, através de seus atos e ações ele servirá de exemplo para seus alunos; se ele ensina a refletir, ele deve também refletir, se ele ensina a respeitar o próximo, ele deve respeitar seus alunos.

Os dilemas do fracasso escolar e dos problemas educacionais não desaparecerão como num “passe de mágica” ou por ordem judicial.