Última alteração: 2016-09-23
Resumo
Resumo: O presente texto discute a política de expansão das licenciaturas na rede federal profissional e tecnológica, no marco da política governamental de criação dos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia (IFs). As instituições da rede federal profissional atuaram, historicamente, na oferta de educação técnica de nível médio; contudo, verificou-se ampliação no percentual de matriculados em cursos de nível superior, sobretudo em licenciaturas. A pesquisa utilizou procedimentos metodológicos quantitativos e qualitativos. Inicialmente, com o levantamento e a análise de dados estatísticos sobre a expansão dos cursos de licenciatura nos IFs, a partir dos Microdados do Censo da Educação Superior do INEP. Posteriormente, com a realização de pesquisa de campo no Instituto Federal de São Paulo (IFSP). Nessa etapa, foram coletados dados sobre os percursos e as características que envolveram a construção das licenciaturas nesse contexto, com a análise dos seguintes materiais: documentos governamentais, legislação e depoimentos de alguns profissionais entrevistados nessa instituição. Verificou-se que os cursos de licenciatura foram criados, principalmente, com a justificativa de falta de professores para atuação na educação básica e pela proposta governamental de utilização das instalações da rede federal profissional e tecnológica para este fim. A criação dos cursos envolveu diferentes opiniões dos profissionais da instituição que não apresentaram consenso sobre esse novo lócus de formação de professores, desde as primeiras experiências com as licenciaturas criadas ainda no CEFET-SP. O crescimento desses cursos foi impulsionado também nos campi do interior, após a criação do IFSP. Todavia, o desenvolvimento das licenciaturas envolve ainda um processo em construção na instituição, pois implica a ampliação de espaços, a contratação de profissionais e a aquisição de equipamentos e materiais específicos aos cursos.